O alvoroço diplomático e jurídico envolvendo o ex-militante italiano, Cesare Battisti, deve ter um fim em breve, mas as dimensões que o caso já adquiriu são “injustificáveis e vergonhosos para o Brasil”. Assim analisa a professora de direito internacional do Instituto de Relações Internacionais da USP (Universidade de São Paulo) Deisy Ventura, que acredita que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve impedir a extradição de Battisti para a Itália.
- Tenho absoluta convicção que o presidente Lula não deve extraditar Battisti. Ele deveria estar livre desde janeiro de 2009. A prisão de um refugiado é uma vergonha para o Brasil.
Nesta segunda-feira (27), o presidente garantiu que decidirá sobre a extradição do italiano até o fim desta semana, com o fim de seu mandato. Sua decisão será embasada no parecer a ser apresentado pela Advocacia-Geral da União (AGU).
Em novembro de 2009, o STF (Supremo Tribunal Federal) autorizou a extradição de Battisti, porém definiu que a decisão final cabe ao presidente da República. O italiano foi condenado à prisão perpétua em seu país de origem pelo assassinato de quatro pessoas na década de 1970, quando participava do grupo PAC (Proletários Armados pelo Comunismo).
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